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Não podarei os berros. Os loucos existem, e daí? Fazem loucuras. Os idôneos não são capazes, são capatazes. Toda loucura só existe de fato, depois de censurada.
Quem me reconhecerá o dom estelar agora, no meio de todas estas luzes artificiais?
Que me perdoem as luzes que abrilhantam idéias. Estas, verdadeiras fontes de energia positiva.
Às sensitivas, aos mal-me-queres, não podarei os berros deste longínquo astro. Só me resta o claustro no meio desta tão incompreendida estrada.
AJ Cardiais 03.01.1990
imagem: google
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Poeta
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Não me cobrem o sentido... Hoje estou imbuído de soltar o palavrório. Ter, eu tenho acessório. Tenho um monte de palavras em minha mente; um monte de imagens à minha frente; inúmeras razões aparentes...
Começaremos pela chuva: essa água benta, que quando cai na terra mistura-se, fica fedorenta e me dá margem para rimar. Vou aproveitar e falar da enchente, que está matando muita gente e causando desolação...
A culpa de tudo é do Bicho homem... Estou chamando de “Bicho”, por não ter outro nome que eu possa usar, para “desqualificar” esta nossa espécie... Incluo-me também apesar de não concordar com tanta coisa que eu vejo.
Intitulamo-nos de seres “racionais”... Com que razão usamos este título? Talvez tenhamos razão... O racional não usa o coração. É frio e calculista. Por esta razão, perde de vista a intuição; o instinto de sobrevivência que, nos outros “animais”, deve ser a única “inteligência”...
Estou sendo muito árduo com a “nossa” espécie... Mas acontece que as pessoas esquecem das outras formas de vida. Quando a Ciência dividiu a Natureza em “reinos”: reino animal, reino vegetal, reino mineral... Transformou tudo em reinados. E para cada reinado, existe um rei...
Alguém respeita o reino vegetal? Alguém respeita o reino mineral? Alguém se lembra, por acaso, que todos eles estão em nós? Alguém se lembra, por acaso, que para sobreviver nós precisamos do animal, do vegetal e do mineral?
Alguém se lembra disso quando, para expandir sua plantação, destrói toda a vegetação que há em volta? Alguém se lembra disso quando constrói suas fábricas de poluição e polui os outros reinados em volta?
Pois é... Tudo tem volta. A Mãe Natureza, para mostrar que está viva, se revolta... E para isso Ela conta com a ajuda do Deus Sol e da Deusa Chuva... Racionais, limitem suas ambições, limitem seus desejos... Sejam um pouco Emocionais: usem mais seus corações. Olhem em volta e entrem em comunhão com os outros Reinos... Se eles nos faltarem, nada sobreviverá. Principalmente nós... Aí sim, será o FIM.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Estamos na era da velocidade. Não se contempla mais nada... A vida é só um vulto nessa estrada. Vem vindo... Passou!
Amores velozes: mal começam, acabam. Não existe mais começo, meio e fim. Tudo é criado com a intenção de não durar.
O presente, rapidamente vira passado. Logo, tudo fica superado.
Estamos na era das paixões. Este fogo que arde, queima, consome tudo até extingui-se rapidamente.
AJ Cardiais 14.11.1997
imagem: google
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Poeta
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É isso que importa: dar o recado, mesmo “mal traçado”.
É isso que importa: abrir a porta, para um novo dia.
É isso que importa: dar oportunidades para gerar alegria.
É isso que importa: essa embriaguez ao fazer poesia.
AJ Cardiais
imagem: aj cardiais
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Poeta
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Um minutinho para viver e vários minutos para morrer. Isso não é pessimismo, é o “otimismo do prazer”.
Esqueci-me de dizer que em vão a vida vai. E quem não samba não sai, e não sabe o que é morrer:
Morrer de amor, morrer de alegria morrer de rir morrer de prazer...
Morrer de tudo que não nos mata. Morrer de tudo que dizem “morrer”...
Mas quando a morte vem, todos querem é viver. Mesmo com toda morte que a vida parece ter.
AJ Cardiais imagem: google
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Poeta
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A minha capa de poeta não me protege do frio do medo. Antes, revela meu segredo.
A minha capa não me cobre. Antes, não quer que me dobre à certas situações da vida.
A minha capa é indefinida: não é capa, é cruz; não é sombra, é luz; não é nada e sendo...
E, em cima ou embaixo da capa, eu vou vivendo.
AJ Cardiais
imagem: google
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Poeta
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O que me foge à pele são palavras disfarçadas de suores.
O que me causa dores são os fedores dos fingimentos em putrefação.
Pra que viver sem satisfação? Pra que fingir, seguido a educação?
Eu trago palavras de dores e arguições. Trago sementes de flores e rimas em profusões...
Eu trago tudo embalado, com papel de poesia...
AJ Cardiais
imagem: aj cardiais
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Poeta
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O que alimenta as gerações? As modas? As rodas? Filosofia...
Pra que tanto estudo para acreditar no dia? As palavras podem ser ditas por qualquer boca não muda. E as “letras” não lidas às vezes não significam nada!
De repente surgiram os hippies, e um movimento se fez moda. As “rodas” usaram e abusaram... Virou curtição.
E o pensamento? E a filosofia do movimento? Virou consumo. O poder do amor e da flor, virou rótulo.
E rotulados vem os “punks”, embrulhados em modas, sendo usados pelas rodas sem nenhum “Q” do “movimento”.
AJ Cardiais 27.12.1983
imagem: google
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Poeta
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O passado só vem me dizer que eu era feliz mas não sabia.
Ou me arrepender do que fiz, ou deixei de fazer.
Ele nunca vem me dizer que hoje sou mais feliz...
Então recordar pra quê? Pra sofrer?
AJ Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Cerco-me de poetas para criar um clima... Pena que uma parte já está "lá em cima".
Mesmo assim eles continuam atuando aqui embaixo. Os seus poemas motivam os poemas que faço.
Por isso gosto de citá-los sempre que posso, para que os poetas novos não escrevam “qualquer troço”.
Leiam os poetas antigos... Façam deles seus amigos. Para que, quando escreverem “um troço”, tenham certeza ao dizerem: isso eu posso!
AJ Cardiais
imagem: google
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Poeta
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